terça-feira, 7 de setembro de 2010

Identidade

Apesar de muitas discussões, produções e esforços existentes no tocante a identidade, não se percebe ainda uma definição satisfatória do conceito da mesma, entretanto por conta da sua grande utilização o mesmo tem resultado em um efeito contrario, desta forma o temo identidade vem se tornando a cada dia mais difuso, ou seja complexo, tendo como conseqüência um uso relaxado e irresponsável. Tal complexidade aumenta quando é somado ao termo identidade os adjetivos pessoal, social, étnica, negra, de gênero entre outros.

Assim, entendemos que a identidade não se constrói apenas no nível cultural, mais também nos níveis sócio-político e histórico em cada sociedade, desta forma a identidade é vista de uma forma ampla e genérica, podendo ser invocada por um determinado grupo na condição de reivindicar uma maior visibilidade social, (por que não dizer uma visibilidade social no caso da identidade negra, indígena e a feminina), face ao apagamento a que foi historicamente submetido.

A identidade não algo inato, ela se refere ao modo de ser no mundo com os outros, a mesma é de fundamental importância na criação de redes de relações sociais dos grupos sociais, desta forma indica traços culturais que se expressão de diversas maneiras como: práticas lingüísticas, festivais, rituais, comportamentos alimentares e tradições populares, tais referenciais civilizatórias marcam a condição humana.

Incitar a temática da identidade é pensar em duas dimensões: a pessoal e a coletiva, a identidade pessoal é a identificação do individuo com pessoas consideradas importantes em sua socialização, e a social é a interelação do social/pessoal, ficando claro a vinculação da identidade pessoal com a social. Assim, percebemos que a construção da identidade se dá numa relação entre o eu e o outro, o geral e o particular, dando a entender que esta construção nunca estará acabada, pois se encontra em continua relação dialética com a sociedade. (CUNHA Jr, 1995).

Nenhuma identidade é constituída isoladamente, a mesma é construída durante toda a vida por intermédio do dialogo parcialmente interior e exterior com os outros, partindo do princípio de um dialogo aberto tanto para a construção de uma identidade pessoal ou social, desta forma todo e qualquer movimento identitários perpassa segundo Paulo Freyre pela dinâmica das relações dialógicas, não sendo diferente também na construção da identidade negra (FREIRE, 1987).

A ênfase na identidade, é uma conseqüência na ênfase da diferença, assim ao mesmo tempo em que a busca da identidade de um determinado grupo social evoca a diferença do mesmo em relação à sociedade, ao governo, ou a outra instituição, a mesma possui um processo de elaboração e diminuição das diferenças internas do próprio grupo e também dos vários grupos que a forma, naquele momento de reivindicação, um único sujeito político.

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